domingo, 11 de março de 2018

Dos AÇORES-PORTUGAL

Chuva e frio motivam desistências nas romarias em São Miguel
O mau tempo que tem afetado o arquipélago dos Açores, com chuva e trovoada, tem perturbado as tradicionais romarias quaresmais, registando-se pelo menos 20 desistências de romeiros, adiantou hoje o Movimento de Romeiros de São Miguel.
"A chuva e a trovoada têm sido motivo de preocupação nas diversas romarias. Temos conhecimento de um rancho em que desistiram 12 e de um outro com oito desistências na semana passada, que foi um período horrível por causa do frio", afirmou o presidente do Movimento de Romeiros de São Miguel, João Carlos Leite, à agência Lusa.
Este ano percorrem as estradas da ilha 55 grupos de romeiros, dois dos quais do Canadá.
Estima-se que as romarias da Quaresma integrem cerca de 2.500 homens que percorrem muitos quilómetros a pé durante uma semana, levando um xaile, um lenço, um saco para alimentos, um bordão e um terço, entoando cânticos e rezando.
Os primeiros ranchos saíram para a estrada no fim de semana a seguir à Quarta-feira de Cinzas e os últimos regressam às suas localidades na Quinta-feira Santa, este ano em 29 de março.
O responsável referiu que "todos os ranchos têm saído, mas tem havido desistências de romeiros e muitos dos elementos de quase todos os ranchos têm recorrido a centros de saúde por causa de dificuldades respiratórias e do frio".
"A semana passada foi uma semana particularmente intensa com mau tempo e trovoada e houve muito receio nos ranchos", contou o presidente do Movimento de Romeiros, que integra o rancho de Ponta Garça.
As romarias são uma das principais manifestações de religiosidade popular da ilha e nos ranchos só podem participar homens, mas surgiram entretanto romarias de mulheres que na maioria duram apenas um dia.
São organizados e devem cumprir um percurso, sempre com mar pela esquerda, passando pelo maior número possível de igrejas e ermidas de S. Miguel.
A média de elementos de cada grupo ronda os 50 homens.
Durante o período em que estão na estrada, os romeiros dormem em casas particulares ou em salões paroquiais, devendo iniciar a caminhada antes do amanhecer e entrar nas localidades logo a seguir ao pôr-do-sol.

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